Os divisionistas argumentam
que há uma incompetência do governo do estado em garantir emprego,
terra, saúde, educação e saneamento para todos, pois o Pará é muito
grande e difícil de administrar. Pura balela, pois não é o tamanho do
estado que determina o seu grau de desenvolvimento humano, social e a
competência administrativa de seus gestores. Se assim fosse, Sergipe
(pelo seu tamanho) seria o estado das mil maravilhas.
Os dados sociais do estado
do Pará são reflexos de um programa de governo, historicamente aplicado a
favor dos latifundiários e empreiteiros. Quase metade da população vive
na linha da pobreza, caos na saúde e na educação, violência no campo,
reforma agrária que não anda, falta de saneamento básico e destruição do
meio-ambiente. Essa foi a realidade nos governos de Jader Barbalho
(PMDB), Almir Gabriel e Jatene (PSDB) e Ana Júlia (PT).
Giovanni Queiroz (PDT),
Asdrúbal Bentes (PMDB) e Lira Maia (DEM) são os coronéis que estão a
frente da campanha pela divisão. São todos senhores que vivem há anos
com o dinheiro do aparato estatal, mas querem mais. Agora, querem um
estado para de seu.
A divisão do Pará não vai
trazer beneficio à população pobre. Ao contrário, vai aprofundar a
pobreza, pois a maior parte do orçamento estará disponível para garantir
a máquina administrativa dos novos estados.
Segundo estudo do IPEA
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), caso cheguem a ser criados,
os estados de Carajás e Tapajós dependerão de ajuda federal para arcar
com as novas estruturas de administração pública que precisarão ser
instaladas. Tapajós e Carajás teriam, respectivamente, um custo de
manutenção de R$ 2,2 bilhões e R$ 2,9 bilhões ao ano. Diante da
arrecadação projetada para os dois estados, os custos resultariam num
déficit de R$ 2,16 bilhões, somando ambos, a ser coberto pelo governo
federal. O IPEA ressalta em sua análise que o PIB do Pará em 2008 foi de
R$ 58,52 bilhões, e o estado gastou 16% disso com a manutenção da
máquina pública. Para o mesmo, o Estado do Tapajós gastaria cerca de 51%
do seu PIB e o de Carajás, 23%. A média nacional é de 12,72%. Segundo o
parecer desse estudo, “nessas bases, não tem estado que se sustente”.
Desvio de dinheiro público
A divisão vai gerar mais
desvio de dinheiro público. Dinheiro esse que deveria ser aplicado em
saúde, transporte, educação, moradia, reforma agrária. Problemas esses
eu afetam o Pará e o restante do país.
Hoje, cada estado tem que
ter no mínimo oito deputados federais e no máximo 70. O Pará conta com
17 deputados federais, caso seja dividido em três, aumentaria para 24
deputados federais. Assim, subiria para 520 o número de deputados na
Câmara Federal. Lembramos que aumentaria também em seis o número de
senadores, três para cada novo estado.
Segundo a Folha Universal
(Edição 999), a mudança não só agravaria o desequilíbrio de
representação popular no País, como implicaria em mais gastos. Além do
custo mensal de sustentar novos parlamentares, assessores e gabinetes, o
poder público também teria que arcar com a construção de toda
infraestrutura administrativa, o que inclui duas novas assembleias
legislativas, dois novos governos estaduais, secretarias e tribunais de
Justiça, assim como a contratação de milhares de funcionários públicos.
Texto extraído de : http://et7ra.com.br/site/2011/06/30/para-dividido-a-quem-interessa/
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